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HISTÓRICO

Nossa trajetória tem início com a feitura (iniciação) de Maria Rodrigues, conhecida popularmente por Maria Garanhuns, na nação Xambá, por Maria Tereza de Oyá Tayó, religiosa de matriz africana, que tinha seu terreiro, no bairro de Jaraguá,  com o  falecimento de sua Iyá (Mãe), Maria Garanhuns que já possuía anos de iniciada, assume seus preceitos religiosos, fundando no final da  década de 40 a Casa de Iemanjá, que desde o seu início possuía peculiaridades,  foi constituindo um grupo de pessoas que passaram a colaborar na organização da casa e das festas, diversas ações passam a  ser implantadas, tendo como destaque uma caixa beneficente, com o objetivo de organizar as festas e estruturar as atividades religiosas dos participantes menos favorecidos financeiramente.  Com o passar dos anos, o número de adeptos cresceu e com o nascimento do pequeno Celinho, grandes transformações viriam a acontecer, pois foi anunciado pelo Orixá da Casa, Iemanjá, que aquela criança, seria o herdeiro religioso do axé, o pequenino, veio aproximar as gerações, já que naquele período as crianças eram proibidas de vivenciar o culto. Primeiro neto a conviver com Dona Maria, passa a ser seu acompanhante em todos os momentos do cotidiano religioso e profano, a relação o aproxima dos mais velhos das casas da cidade.

 

Em seu cotidiano, Celinho constrói uma relação afetiva com os participantes do terreiro relacionando-os com seus orixás, cria nomes carinhosos para cada um deles, aprendendo no dia a dia os preceitos religiosos de sua matriz. Em 1978, com o falecimento da matriarca dos Rodrigues, Pai Célio ainda jovem, assume o que lhe tinha sido predestinado, passa a tomar conta da casa religiosa e de toda a família Rodrigues.

 

Historiador inquieto, que sempre pretendeu desenvolver ações de reconhecimento e valorização da cultura afro brasileira, Pai Célio,  percebendo a forma que os terreiros eram vistos e tratados  pela sociedade alagoana,   como a informalidade assistencialista, contribuía para a fragilidade das comunidades tradicionais,  em 1984, inicia a institucionalização da Casa de Iemanjá, tornando-a  de natureza jurídica, sem fins lucrativos, com o nome de Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té, passando a desenvolver atividades agregadoras de formação continuada, como oficinas, palestras e cursos, realizando ações  para inserção do afrodescendente e valorização dos saberes tradicionais,  abrindo suas portas para receber grupos locais e internacionais, artistas, estudantes  e pesquisadores para as mais diversas atividades, realizando em seu  espaço,  ensaios, encontros e iniciando sua atuação no movimento negro local, participando nas discussões políticas e conceituais da cidade, trabalhando no combate ao preconceito étnico-religioso.

 

Com um calendário bastante amplo, as ações constantes acolhem a todos, usando o espaço agregador de forma inteligente e diversa, conseguindo dialogar com os muitos parceiros que tem o local como referência na cidade, já que seus participantes se fazem presentes nos mais variados movimentos, principalmente nas ações de combate à intolerância religiosa.

 A casa tem sido objeto de pesquisa, dos mais variados temas, já são oito trabalhos de Graduação, um de Especialização, cinco trabalhos de Mestrado, sendo citada em diversas dissertações e monografias da temática afro brasileira.

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